quarta-feira, julho 08, 2009

Jesus, o Filho Eterno de Deus

Introdução

Logo no início de sua epístola, João não perde tempo e foca em uma das doutrinas mais relevantes do Cristianismo, a filiação de Jesus Cristo, indo de encontro aos ensinos gnósticos e revelando aos seus leitores o grande tema que será focado em sua carta.

A divindade de Jesus é algo já mencionado pelo próprio João, no evangelho escrito por ele, e também outros apóstolos já haviam também tocado neste tema (Cl 2.9; 1.19), isso nos leva a pensar que :

- Este é um tema de suma importância para a Igreja do Senhor;
- O gnosticismo e suas heresias se espalharam rapidamente no meio do povo de Deus, e os apóstolos precisavam doutrinar os santos nas corretas doutrinas.

A Eternidade de Jesus

João, assim como outros apóstolos conviveram com Jesus, o viram crucificado pelos pecadores, e depois ressuscitado dentre os mortos. Eles o tocaram para ter a plena certeza de sua ressurreição.

Diante deste testemunho, João apresenta Jesus Cristo aos crentes, mostrando sua divindade e sua filiação divina.

“No principio era o verbo” (Jo 1.1a)
Esse trecho afirma que Jesus é eterno. O Senhor Jesus existe antes de todas as coisas, inclusive antes de o tempo o ter início: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).
O Filho de Deus, além de existir por si mesmo (Jô 5.26), estava com o Pai antes da criação do mundo (Jô 17.5,24).

O próprio Cristo confessou sua pré-existência em João 8, dizendo, “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou” (v. 58) A palavra Deus (grego: theos) nesse verso se refere ao Pai, e “a Palavra estava com Deus” indica que
Cristo não é idêntico ao Pai em termos de sua pessoalidade. Contudo, ele não é menos que Deus em termos de seus atributos, pois o verso continua a dizer, “a Palavra era Deus.” Essa é uma indicação explícita da atribuição de deidade a Jesus Cristo.

Outros textos bíblicos nos dizem:

Colossenses 2.9 diz, “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.
Tito 2.13 diz, “aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação
de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.
Em Hebreus 1.3 lemos, “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser”.
Hebreus 1.8 faz uma aplicação messiânica do Salmo 45.6-7, quando Deus diz a Cristo: “O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino”. Assim, Deus Pai mesmo declara que Jesus é Deus, e diz que seu domínio é “para todo o sempre”.
Finalmente, Paulo escreve em Filipenses 2.6 que Cristo, “embora existindo na forma de Deus,” tomou sobre si atributos humanos.

A humanidade de Jesus

Cheung escreve:

Veremos agora algumas passagens que indicam a HUMANIDADE de Cristo. Após afirmar fortemente a deidade de Cristo, o apóstolo João escreve em seu Evangelho:

“A Palavra tornou-se carne e viveu entre nós” (João 1.14). Hebreus 2.14 diz,
“Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou
dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder
da morte...”.

Paulo é muito explícito a respeito da humanidade de Cristo quando escreve em 1 Timóteo 2.5: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus”.

Várias passagens na Bíblia indicam que, em sua natureza humana, Jesus tinha
verdadeiras limitações. Por exemplo, ele esteve “cansado da viagem” em João 4.6, faminto em Mateus 21.18 e sedento em João 19.28. E o mais significativo, “ele sofreu a morte” (Hebreus 2.9) para comprar a salvação para os seus eleitos.

Algumas passagens na Bíblia afirmam ou fazem supor tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo. Por exemplo, João 5.18 diz que os judeus procuravam matar a Jesus porque ele “estava dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus”. Eles o viram como um homem, mas ele reivindicava ser Deus. João 8.56-59 descreve outro conflito semelhante a esse:

‘Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e
alegrou-se'.

Disseram-lhe os judeus: ‘Você ainda não tem cinqüenta anos, e
viu Abraão?'. Respondeu Jesus: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!'. Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do templo. As pessoas reconheceram que em sua vida humana, Jesus não tinha ainda cinqüenta anos de idade e afirmava conhecer pessoalmente a Abraão.

Aqueles que o ouviramJesus, o Filho de Deus não contestaram sua humanidade, mas entenderam que suas palavras continham uma reivindicação de divindade. Mateus 22.41-45 também afirma que Jesus é tanto Deus quanto homem: Estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou: “O que vocês pensam a respeito do Cristo? De quem ele é filho?”. “É filho de Davi”, responderam eles. Ele lhes disse: “Então, como é que Davi, falando pelo Espírito, o chama ‘Senhor'? Pois ele afirma: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés'. Se, pois, Davi o chama ‘Senhor', como pode ser ele seu filho?”.

Os fariseus reconheceram que o Cristo seria o filho de Davi, e tal, seria humano. Contudo, enquanto estava “falando pelo Espírito”, de modo que não poderia estar errado, Davi chamou-o de “Senhor”, como uma designação de deidade. Portanto, o Cristo seria tanto o descendente humano e quanto o divino Senhor de Davi –seria Deus e homem ao mesmo tempo.

A expressão “Filho de Deus” nas Escrituras, indica claramente a natureza divina de Jesus. Sua procedência revela que ele compartilha a mesma essência e natureza do Pai.O ensino de que o Verbo tornou-se Filho a partir da sua encarnação não tem apoio entre os teólogos realmente bíblicos, piedosos e conservadores. O Filho de Deus é eterno; sempre existiu; Ele é o Pai da eternidade. Ele já era chamado Filho mesmo antes da sua encarnação, como vemos em 1 João .9.

O Testemunho de João

“(e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada).” (v.2)

João apresenta sua justificativa para falar assim de Jesus Cristo, a saber, que ele fala de experiência própria. O que ele referiu (no seu Evangelho) não era "fábula engenhosamente inventada" (2Pe 1.16), nem mesmo uma história ouvida contar de outros, mas um testemunho de primeira mão de benditos privilégios por ele mesmo gozados e por muitos outros que entraram em contacto íntimo com Jesus Cristo durante os dias de Sua vida terrena. Eram notícias boas demais para eles guardarem para si só; precisavam dar testemunho.


o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” (v.3)

A mensagem desse Evangelho fora proclamada aos que recebem agora a epístola, a fim de que possam gozar comunhão com aqueles que a proclamaram. Contudo, a cláusula para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco não só significa "a fim de que haja relações amistosas entre nós", mas "a fim de que participeis conosco de nossa relação com o Pai e o Filho". A idéia básica de comunhão (gr koinonia) é ter coisas em comum, é participação, parceria, sociedade, idéia esta muito conhecida no mundo dos negócios (cfr. Lc 5.10). Especificamente a comunhão ou sociedade cristã é uma participação da vida comum em Cristo, mediante o Espírito Santo, e sugere-nos o dom de Deus. É sociedade com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.

Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa

No vers. 4 o verbo escrevemos e seu sujeito nós são enfáticos no grego, frisando que a mensagem está redigida numa forma precisa e permanente, tendo sido escrita "por aqueles que tinham plena autoridade para fazê-lo" (Westcott). Na segunda cláusula não se tem certeza se devemos ler vossa alegria, ou "nossa alegria" (ARA), sendo que a evidência manuscrita é ligeiramente favorável a esta última forma (nossa). Leia-se de um ou de outro modo, isso não tem muita importância, como Brooke faz notar, "Na colheita espiritual, semeador e ceifeiro alegram-se juntos". O ponto essencial é que verdadeiro gozo vem somente da comunhão com Deus.

Conclusão

Em Jesus estão reunidas todos os atributos divinos que o descrevem com o único e suficiente Salvador da humanidade. Sua história e suas obras não se limitam ao período entre seu nascimento e sua morte (Hb 13.8).
Jesus Cristo não era em parte Deus e em parte homem. Antes, era cem por cento Deus e, ao mesmo tempo, cem por cento homem. Isto é, Ele exibia tanto qualidades divinas quanto qualidades humanas, numa mesma pessoa, de tal modo que essas qualidades não se anulavam mutuamente.


Fontes:
O Novo Comentário da Bíblia
Comentário Bíblico do NT Matthew Henry
Teologia Sistemática Completa - Cheung
Lições Bíblicas - 1º Trim 2001 - Doutrinas Bíblicas
Lições Bíblicas - 1º Trim 2008 - Jesus Cristo

2 comentários:

  1. Paz do Senhor meu irmão,

    Parabéns pela postagem e pela dedicação à EBD, Deus o abençoe.
    Penso que o tema dessa revista têm nos feito pensar o Cristianismo de forma mais inteligente, mas investigativa, com mais condições para combatermos os que se opõem à divindade de Cristo.

    Abraço.

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  2. João Paulo,

    A Paz de Cristo. Fico feliz com suas palavras. Assim como você vejo esta lição como um grande tema que deve ser ensinado e explorado em nossas igrejas.

    Abraços

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