terça-feira, abril 09, 2013

Subsídios para Lições Cristo para Todos

Mais uma novidade em nosso blog. Postaremos aqui subsídios para auxiliarem professores que utilizam revistas da Editora Cristo para Todos, utilizada por membros das Igrejas Assembleias de Deus Cristo para Todos.

Este trimestre o tema é: Espírito Santo - como andar com Ele.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Contexto e Personagens - Elias e Eliseu


Introdução

A totalidade da história do reino de Israel é contada nos dois livros de Samuel e nos dois livros de Reis. Os livros de Crônicas contam a mesma história.

1.       A divisão do Reino – 1 Reis 12.1 – 2 Reis 17.41
As rebeliões que ocorreram depois da morte de Salomão resultaram na divisão do império davídico. Ao norte, dez tribos se rebelaram contra a dinastia de Davi, que reinavam em Jerusalém, e estabeleceram um reino sob a liderança de Jeroboão. Roboão, filho de Salomão, reinou apenas sobre as tribos de Judá e Benjamim, e Jerusalém continuou a ser a capital dessas duas tribos.
2.       Reino do Norte.
O Reino do Norte durou aproximadamente dois séculos (931-722 a.C). Mudanças nas famílias reais ou dinastias ocorriam com bastante frequência. Para o propósito de nosso estudo, os acontecimentos no reino do norte podem ser convenientemente divididos como demonstrado a seguir.
Dinastia de Jeroboão – 931 a 909 a.C.
1 Reis 12-15
Dinastia de Baasa – 909-885 a.C.
1 Reis 15-16
Dinastia de Onri – 885-841 a.C.
1 Reis 16-22; 2Reis 1-9
Dinastia de Jeú – 841-751 a.C.
2 Reis 10-15
Últimos reis de Israel – 752-722 a.C.
2 Reis 15-17

O Reino do Norte durou pouco mais de duzentos anos. Foi destruído pela Assíria em 722 a.C. As dez tribos foram deportadas e desapareceram da história.
2.1.             A religião do Reino do Norte.
Jeroboão, o fundador do Reino do Norte, visando ao propósito de manter separados os dois reinos, adotou como religião oficial a adoração aos bezerros no seu reino recém-formado. Os bezerros chegaram a representar simbolicamente que Israel era independente de Judá, de Jerusalém e da família de Davi. Seus dois centros religiosos principais eram Betel, no sul, e Dã, no norte.
Sempre havia a tendência de os israelitas participarem do culto à divindade Cananéia, Baal. Esse culto foi ativamente promovido por Jezabel, mas enfrentou a oposição ativa dos profetas Elias e Eliseu, bem como do rei Jeú.
2.2 Baal
1. Quem era Baal. Era o deus supremo dos cananeus. Em hebraico, Baal significa senhor. Seus adoradores acreditavam fosse o ídolo o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do ventre. Em Peor, região de Moabe, havia uma versão local dessa divindade, que era adorada conjuntamente por moabitas e midianitas. Foi nessa localidade de Sitim, bem defronte de Jericó, que Israel rompeu a aliança com o seu Deus, pondo-se a cultuar a Baal. 2. Como Baal era adorado. Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia: 1) sacrifícios de vítimas humanas; 2) orgias e os mais inimagináveis desregramentos; 3) e, logicamente, louvores a Baal.


3. Personagens.
3.1.Acabe, rei de Israel

Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal. Ele fez alianças com Fenícia, Judá e Síria e levantou Israel como uma nação. No entanto, ele permitiu que sua esposa e rainha, Jezabel, uma mulher estranha para Israel, tanto na nacionalidade quanto na prática religiosa, promovesse idolatria em Israel. Isso provocou a ira de Deus e levou à queda de Acabe. Ele juntou-se a sua rainha na prática de idolatria, no entanto se humilhou diante de Deus ocasionalmente. Ele morreu em batalha em 853 a.C.
3.2. Jezabel
                Jezabel é uma das personagens femininas mais intrigantes do Antigo Testamento. Inteligente, dominadora e hedonista, ela viveu contrária a tudo o que o seu nome significa. No hebraico, 'Iyzebel  quer dizer “casta”, todavia essa rainha é conhecida na história bíblica como mulher impudica e idólatra.

Jezabel era uma princesa sidônia, filha do poderoso Etbaal (no hb. “com Baal”) – um poderoso rei da Fenícia – adoradora de Baal-Melcarte, um falso deus fenício, e rainha de Israel durante o reinado de Acabe, cerca de 870-853 a.C. (1Rs 16.29-31; 18.19).

Embora a Lei Mosaica proibisse o casamento com os povos pagãos, o incrédulo Acabe casou-se com a mais poderosa e vil mulher da Fenícia. Este casamento não fora realizado pelos sacerdotes diante do Senhor, mas pelos sacerdotes de Baal, diante desta mesma divindade (1Rs 16.31). A confiança de Acabe não estava mais em Iavé, mas nos acordos diplomáticos. Por isso casou-se com Jezabel, a fim de ratificar o acordo diplomático feito por Onri, seu pai.

Esta união, no entanto, trouxe a ruína moral, espiritual e social do reino do norte, Israel. A capital Samaria tornara-se a partir de então o centro religioso do culto a Baal e a Astarte, contendo no palácio 450 profetas de Baal e 400 sacerdotisas de Astarote ou Asera (1Rs 18.4). Isto significa que não apenas foram mortos os profetas, mas também muitos sacerdotes fiéis a Iavé. Neste período lúgubre, o palácio transformou-se em antro de luxúria, malandragem, excessos e vícios sexuais. Tudo com a participação do rei Acabe, da rainha Jezabel e dos profetas e sacerdotisas de Baal e Astarte. O paganismo de Jezabel unia prostituição e homossexualismo com religião e religiosidade. Esta é uma das principais razões pelas quais Jezabel é conhecida como prostituta. E na verdade o era, entretanto, uma hieródula, ou prostituta sagrada. É impossível desassociar o culto pagão ao casal herogâmico Baal e Astarte da prostituição sagrada, da falolatria, dos sacrifícios de crianças, das ervas alucinógenas, feitiçaria entre outros desvios (2Rs 9.22). E, segundo a tradição fenícia e canaanita, o rei e a rainha eram elementos indispensáveis nessas festividades, pois a presença deles assegurava o favor das divindades cultuadas. A rainha Jezabel incitava o rei Acabe para fazer o que era “mau aos olhos do Senhor”, diz o redator das crônicas dos reis (1 Rs 21.25).

Uma das primeiras iniciativas da rainha Jezabel foi exterminar os profetas do Senhor e colocar no palácio os sacerdotes, sacerdotisas e profetas de Baal e Astarte. Depois, preocupou-se em matar os poucos servos de Deus que lhe resistiam o poder inconteste. Assim, começa a perseguir Elias, o único profeta ainda a lhe resistir o poder publicamente (1Rs 18 e 19) e, mais tarde, o indefeso Nabote (1Rs 21.14).

A vida impudica de Jezabel recebeu a justa retribuição divina pelo modo como morreu. Leia 2 Reis 9.30-37. O nome desta mulher tornou-se sinônimo de idolatria, falsos profetas, prostituição, falsos ensinos, tolerância ao pecado, perseguição aos servos de Deus, heresias entre outros. É com esse sentido que o nome Jezabel aparece em Apocalipse 2.20.

3.3. Elias
                Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. Ele desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal.
A vida do profeta Elias girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao Deus de Israel.

O modo corajoso do profeta Elias falar ao rei Acabe e denunciar a impiedade de Israel fez dele um profeta exemplar, e a pessoa mais qualificada daquela época para ser um exemplar modelo do precursor de Jesus Cristo. Elias era um restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre Deus e Israel. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei Acabe, sua repressão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus.

3.4 Eliseu
                 O ministério de Eliseu era conhecido não apenas por todo o povo de Israel, mas também na Síria, bem como em Judá e Edom. Por causa da cura de Naamã e do encontro peculiar com os exércitos siros, Eliseu foi reconhecido como “homem de Deus”, até mesmo em Damasco, capital da Síria. Próximo ao fim do reinado de Jorão, Eliseu visitou a cidade para informar a Hazar de que seria o próximo rei da Síria (2 Rs 8.7-15).
Uma série de acontecimentos sobrenaturais marca a carreira de seu ministério, milagres de conhecimento, poder e maravilhas, todos os elogios especificamente em nome do Senhor. Na história da redenção é parte do segundo grupo de milagres. Milagres de Eliseu ocorreu num momento em que a religião de Jeová estava enfrentando uma afronta da parte de adoração a Baal. Da mesma forma que os milagres de Elias, Eliseu foi concebido para demonstrar a autoridade do profeta e de apresentar o Deus vivo.

terça-feira, maio 15, 2012

Carta à igreja de Filadélfia


Filadélfia era a mais jovem das sete cidades. Fundada por colonos provenientes de Pérgamo, sob o reinado de Atalo II, nos anos de 159 a 138 a. C.1 A cidade estava situada em um lugar estratégico, na principal rota do Correio Imperial de Roma para o Oriente. A cidade era chamada a porta do Oriente. Também era chamada de pequena Atenas, por ter muitos templos dedicados aos deuses. A cidade estava cercada de muitas oportunidades. John Stott comenta que era também chamada a cidade dos terremotos. Tremores de terra eram frequentes e tinham levado muitos antigos habitantes a deixar a cidade em busca de lugar mais seguro. O violento terremoto que devastou Sardes no ano 17 d.C., quase destruiu completamente Filadélfia.
Átalo amava tanto a seu irmão Eumenes que o apelidou de pbiladelphos, o que ama a seu irmão. Daí vem o nome da cidade.
Para essa jovem igreja, Jesus envia essa carta e nos ensina várias lições.



Jesus não só conhece a igreja, ele também
conhece a cidade onde a igreja está inserida

A mensagem de Jesus à igreja é contextualizada. Jesus conhecia a igreja e a cidade. Ele fazia uma leitura das Escrituras e também do povo. Sua mensagem era absolutamente pertinente e contextualizada. Ele falava uma linguagem que o povo podia entender. Criava pontes de comunicação.
Precisamos conhecer a Bíblia e conhecer a cidade onde estamos. Precisamos conhecer a mensagem e conhecer o povo para quem ministramos. Precisamos interpretar as Escrituras e a congregação da qual participamos. As estratégias que são boas para uma cidade podem não ser pertinentes para outra. Os métodos usados em um bairro podem não ser adequados para outro. Precisamos ousar mudar os métodos sem mudar o conteúdo do evangelho.
A cidade de Filadélfia fora fundada para ser uma porta aberta de divulgação da cultura e do idioma grego na Ásia. John Stott afirma que o que a cidade tinha sido para a cultura grega era agora para o evangelho cristão. Átalo criou a cidade para ser embaixadora da cultura helênica, missionária da filosofia grega,  mas Cristo diz para a igreja que ele colocou uma porta aberta diante da igreja para ela proclamar não a cultura grega, mas o evangelho da salvação. A razão por que a porta permanece aberta diante da igreja é que sua chave está na mão de Cristo.
A cidade fora castigada por vários terremotos, e as pessoas viviam assustadas pela instabilidade. Existiam muitos terremotos e grandes tremores de terra na cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora da cidade. Paredes rachadas e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era uma região perigosamente vulcânica. O terremoto do ano 17 d.C., que destruiu Sardes, também atingiu Filadélfia. Mas para a igreja assustada com os abalos sísmicos da cidade, Jesus diz: "Farei do vencedor uma coluna no templo do meu Deus, de onde jamais sairá " (Ap 3.12).
A cidade fora batizada com um novo nome depois de sua reconstrução. Por volta do ano 90 d.C., com a ajuda imperial, Filadélfia tinha sido completamente reconstruída. Em gratidão, passaram o nome da cidade para Neo-cesareia - a nova cidade de César.  Mais tarde, no tempo de Vespasiano, a cidade voltou a trocar de nome, Flávia, pois Flávio era o apelido do imperador. Jesus, portanto, aproveita esse gancho cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: "Escreverei nele do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap 3.12). A igreja terá nela o nome de Deus gravado, e não o nome de César.

Jesus não apenas conhece a igreja, mas
apresenta-se como a solução para seus problemas

Para uma igreja perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como o santo e o verdadeiro (Ap 3.7). Jesus não apenas se apresenta como Deus, mas destaca que ele é separado, possui santidade absoluta em contraste com os que vivem em pecado. Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos. Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Ele é Deus confiável, real em constraste com os que mentem (Ap 3.9). Ele não é uma cópia de Deus, é o Deus verdadeiro. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas somente Jesus poderia reinvindicar o título de verdadeiro Deus.
Ainda hoje há seitas que se consideram os únicos salvos e os únicos fiéis que servem a Deus e não ousam atacar os crentes. Mas esses mestres mentem. Com eles não está à verdade. Devemos olhar não para suas palavras insolentes, mas para o Senhor Jesus que é santo e verdadeiro.
Para uma igreja sem forças aos olhos do mundo, Jesus a parabeniza pela sua fidelidade (Ap 3.8). A igreja tem pouca força, talvez por ser pequena; talvez por ser formada por crentes pobres e escravos; talvez por não ter influência política nem social na cidade, mas ela tem guardado a Palavra de Cristo e não tem negado seu nome.
A igreja era pequena em tamanho e em força, mas grande em poder e fidelidade. Deus, na verdade, escolhe as coisas fracas para envergonhar as fortes. Sardes tinha nome e fama, mas não vida. Filadélfia não tinha fama, mas tinha vida e poder. A igreja tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta, que ninguém poderia fechar. A igreja é fraca, mas seu Deus é onipotente. Nossa força não vem de fora nem de dentro, mas do alto.
Para uma igreja perseguida e odiada pelo mundo, Jesus diz que ela é sua amada (Ap 2.9). Os judeus diziam que os crentes não eram salvos, porque não eram descendentes de Abraão e, por isso, não tinham parte na herança de Deus. Mas Jesus diz que não é a igreja que se dobrará ao judaísmo, mas os judeus é que reconhecerão que Jesus é o Messias e, por essa razão, virão e reconhecerão que a igreja é o povo de Deus e verão que Jesus ama sua igreja. A igreja será honrada. Aqui Cristo está com ela. No céu, reinaremos com ele e nos assentaremos em tronos para julgarmos o mundo. Somos o povo amado de Deus, seu rebanho, sua vinha, sua noiva, sua delícia, a menina de seus olhos.
Para uma igreja que guardou a palavra de Cristo nas provações, Cristo promete guardá-la das provações que sobrevirão (Ap 3.10). A igreja foi fiel a Cristo, e Cristo a guardará na tribulação. A igreja guardou a palavra, Cristo guardará a igreja. A igreja de Filadélfia não transigiu nem cedeu às pressões. Ela preferiu ser pequena e fiel a ser grande e mundana.
Hoje muitas igrejas têm abandonado o antigo evangelho por outro evangelho, mais palatável, mais popular, mais adocicado; um evangelho centrado no homem, não em Deus. Cristo, porém, é o protetor da igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela. Ele é um muro de fogo a seu redor. Ela é o povo selado de Deus, e o maligno nem seus terríveis agentes podem tocar na igreja de Cristo. Ela está segura nas mãos do Senhor.
Jesus usa nessa carta três símbolos que regem toda a mensagem: uma porta aberta, a chave de Davi, uma coluna no santuário de Deus. É colocada diante da igreja uma porta aberta que ninguém pode fechar. Cristo é chamado como aquele que tem a chave de Davi, enquanto o vencedor é feito uma coluna no templo de Deus.

Jesus não apenas conhece as fraquezas da igreja, mas coloca diante dela uma grande oportunidade

A primeira porta aberta é a oportunidade da salvação. Jesus disse em João 10.9 que ele é a porta da salvação, da liberdade e da provisão. Ele também usou essa figura no sermão do monte: "Entrai pela porta estreita; larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela; pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram" (Mt 7.13,14). Vemos aqui duas portas, e ambas estão abertas: uma abre sobre uma rua larga e cheia de gente que caminha para a destruição, o inferno. A outra porta abre-se para um caminho estreito e escassamente povoado que leva à vida eterna. Jesus constrasta dois caminhos, duas portas, dois destinos. Ambas as portas estão abertas e convidando as pessoas. Para entrar na porta estreita, é preciso se curvar, não é possível levar bagagem e só pode passar um de cada vez.
A segunda porta aberta é a oportunidade da evangelização. As angústias da cidade são como que o grito de socorro dos homens, carentes do evangelho. Jesus fala de uma porta de oportunidade para se pregar o evangelho. Paulo via a idolatria da cidade de Atenas como uma porta aberta para falar do Deus desconhecido. Quando Paulo ficou três anos em Éfeso, pregando o reino, ele disse: "[...] porque me foi aberta uma porta grande e promissora" (ICo 16.9). Quando estava preso em Roma, apesar de já ter resultados tão fantásticos, conforme o relato de Filipenses 1, ele pede à igreja: "[...] ao mesmo tempo orando também por nós, para que Deus nos abra uma porta para a palavra, a fim de anunciarmos o mistério de Cristo, pelo qual também estou preso, para que o revele como devo" (Cl 4.3,4).
A igreja da Filadélfia, segundo John Stott, tinha três problemas para aproveitar a oportunidade dessa porta aberta:
Em primeiro lugar, a igreja era muito fraca (Ap 3.8). Era uma congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos, fazendo com que tivesse pouca influência sobre a cidade. Mas isso não devia detê-la no evangelismo.
Em segundo lugar, havia oposição à igreja na cidade (Ap 3.9). Os judeus, chamados por Jesus, "sinagoga de Satanás", perseguiram a igreja. No começo, os crentes começaram a recuar, então Cristo disse para a igreja: coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode fechar. Aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão diante de vocês e saberão que os amei.
Em terceiro lugar, a ameaça de futura tribulação (Ap 3.10). Seria aquele momento apropriado para evangelismo? Não seria um tempo para recolher-se e manter-se seguro, em vez de avançar? Cristo diz que não! Ele promete guardar a igreja e a encoraja a cruzar a porta aberta sem medo. Não basta ser uma igreja que guarda a Palavra (Ap 3.8). É preciso proclamar a Palavra. Não basta não negar o nome de Cristo (Ap 3.8). E preciso anunciá-lo. Não basta ser uma igreja ortodoxa, é preciso ser uma igreja missionária! Assim como a cidade tinha uma missão: ser a missionária da cultura grega, a igreja deveria ser a missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está aberta, precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia!

Jesus não apenas conhece as dificuldades
da igreja, mas dá-lhe uma grande garantia

Em primeiro lugar, Jesus tem em suas mãos toda autoridade. Quem tem as chaves tem a autoridade. Jesus tem não apenas as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18), mas também a chave de Davi, a chave da salvação e da evangelização. Ninguém pode entrar até que Cristo tenha aberto a porta. Nem ninguém pode entrar quando ele a fecha. Se a porta é o símbolo da oportunidade da igreja, a chave é o símbolo da autoridade de Cristo.
Em segundo lugar, Jesus tem em suas mãos a chave da salvação. Ninguém senão Jesus pode abrir a porta da salvação. A chave está na mão de Cristo, e não na de Pedro. Jesus na verdade disse a Pedro: "Eu te darei as chaves do reino do céu" (Mt 16.19). E Pedro usou-as. Foi por meio de sua pregação que os primeiros judeus foram convertidos no Pentecostes (At 2). Foi imediatamente à imposição de suas mãos e das de João que o Espírito Santo foi dado aos primeiros crentes samaritanos (At 8). Foi através de seu ministério que Cornélio e sua casa, os primeiros gentios, foram salvos (At 10). Pedro, de fato, abriu o reino do céu para os primeiros judeus, os primeiros samaritanos e os primeiros gentios. Mas as chaves estão agora nas mãos de Jesus.
A porta da salvação foi e ainda está aberta. Todo aquele que se arrepende e crê pode entrar. Mas, um dia, essa porta será fechada. O próprio Cristo a fechará. Porque a chave que a abriu a fechará novamente. E quando ele a fechar ninguém poderá abri-la. Tanto a admissão como a exclusão estão unicamente em seu poder.
Em terceiro lugar, Jesus tem a chave da evangelização. Precisamos compreender a soberania de Cristo na realização de sua obra. Há portas abertas e portas fechadas. Quando ele abre, ninguém fecha; e quando ele fecha, ninguém abre. Ninguém pode deter a igreja quando ela entra pelas portas que o próprio Cristo abriu. Cristo tem as chaves e abre as portas. Tentar entrar quando as portas estão fechadas é insensatez. Deixar de entrar quando estão abertas é desobediência. A porta aberta é símbolo da oportunidade da igreja; e a chave, símbolo da autoridade de Cristo.

Jesus não apenas conhece a pobreza
da igreja, mas promete a ela uma grande recompensa e uma gloriosa herança

Em primeiro lugar, Jesus ordena a igreja a permanecer firme até a segunda vinda de Cristo (Ap 3.11). Jesus envia uma telegrama à igreja: "Venho sem demora!" (Ap 3.11). Só mais um pouco e chegará o dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa. Cristo virá em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos. Precisamos proclamar o que já possuímos. A coroa aqui não é a salvação, mas o privilégio de aproveitarmos as oportunidades de Deus na proclamação do evangelho. Jesus disse para a igreja de Éfeso que, se ela não se arrependesse, ele removeria seu candelabro, e realmente o removeu!
Em segundo lugar, Jesus garante que o vencedor será coluna no templo de Deus (Ap 3.12). Se nos tornarmos peregrinos nessa vida, seremos uma coluna inabalável na próxima. Aqui, os terremotos da vida podem nos abalar, mas, no céu, estaremos tão firmes e sólidos como a coluna do templo de Deus. Os crentes da Filadélfia podem viver com medo de terremotos, mas nada os abalará quando permanecerem como colunas no céu.
Em terceiro lugar, Jesus promete que o vencedor terá gravado em sua vida um novo nome (Ap 3.12). Esse novo nome terá o nome de Deus, da igreja, a nova Jerusalém, e o novo nome de Cristo. Pertenceremos para sempre a Deus, a Cristo e a seu povo. Viveremos com ele em glória.
A porta aberta representa a oportunidade da igreja. A chave de Davi, a autoridade de Cristo. E a coluna do templo de Deus, a segurança do vencedor. Cristo tem as chaves. Cristo abriu as portas. Cristo promete fazer- nos seguros como as sólidas colunas do templo de Deus. Quando ele abre as portas, devemos trabalhar. Quando ele fecha as portas, devemos esperar. Acima de tudo, devemos ser fiéis a ele para vermos as oportunidades, e não os obstáculos.


Fonte: Ouça o que o Espírito diz as igrejas - Hernandes Dias Lopes

sexta-feira, maio 11, 2012

A mensagem de Jesus à igreja de Sardes

 A história da igreja de Sardes tem muito que ver com a história da cidade de Sardes. A glória de Sardes estava em seu passado, diz George Ladd.  Sardes foi a capital da Lídia no século VII a.C. Viveu seu tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
Situada no alto de uma colina, amuralhada e fortificada, sentia-se imbatível e inexpugnável. Precipícios íngremes protegiam a cidade, de modo que não podia ser escalada.  Seus soldados e habitantes pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos. De fato, a cidade jamais fora derrotada por um confronto direto. Seus habitantes eram orgulhosos, arrogantes, e autoconfiantes.
Mas a cidade orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C., quando este cercou a cidade por quatorze dias; e quando seus soldados estavam dormindo, ele penetrou com seus soldados por um buraco na muralha, o único lugar vulnerável, e dominou a cidade. Mais tarde, em 218 a.C., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma forma. E isso por causa da autoconfiança e falta de vigilância de seus habitantes. Os membros dessa igreja entenderam claramente o que Jesus estava dizendo, quando afirmou: "Se não estiveres alerta, virei como um ladrão" (Ap 3.3).
A cidade foi reconstruída no período de Alexandre Magno e dedicada à deusa Cibele, identificada com a deusa grega Ártemis. Essa divindade padroeira era creditada com o poder especial de restaurar a vida aos mortos. Mas a igreja estava' morrendo, e só Jesus poderia dar vida aos crentes.
No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou.
Quando João escreveu essa carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado, e seus habitantes entregavam-se aos encantos de uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. A igreja não era nem perigosa nem desajável para a cidade de Sardes.
E nesse contexto que vemos Jesus enviando essa carta à igreja. Sardes era uma poderosa igreja, dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não vida. Tinha desempenho, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade.
A essa igreja Jesus envia uma mensagem revelando a necessidade imperativa de um poderoso reavivamento. Uma atmosfera espiritual sintética substituía o Espírito Santo naquela igreja, diz Arthur Bloomfield.  Ela subsituía a genuína experiência espiritual por algo simulado. A igreja estava caindo em um torpor espiritual e precisava de reavivamento. O primeiro passo para o reavivamento é ter consciência de que há crentes mortos e outros dormindo, e todos eles precisam ser despertados.
Não é diferente o estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por aquele que anda no meio dos candelabros, precisamos também tomar conhecimento de nossa necessidade de reavivamento hoje. Devemos olhar para essa carta não como uma relíquia, mas como um espelho em que vemos a nós mesmos.
Certo pastor, ao ver a igreja que pastoreava em um profundo estado de torpor espiritual, negligenciando a Palavra, desobecendo aos preceitos de Deus, chocou a congregação dizendo que, no domingo seguinte, faria a cerimônia de sepultamento da igreja. Convocou todos os crentes para virem para a cerimônia fúnebre. No domingo seguinte, até os faltosos estavam presentes. O pastor começou o culto e, bem defronte do púlpito, estava um caixão. O clima, de fato, era sombrio. Havia uma tristeza no ambiente. A curiosidade misturada com temor assaltou a todos. Depois do sermão, o pastor orientou os crentes a fazer uma fila e a ver o defundo que deveria ser enterrado. Cada pessoa que passava e olhava para dentro do caixão ficava comovida. Algumas pessoas saíram quebrantadas, em lágrimas. A congregação inteira prorrompeu em copioso choro. No fundo daquele caixão, não estava um corpo morto, mas um espelho. Cada crente daquela congregação contemplava seu próprio rosto. Todos entenderam a mensagem. Eles estavam dormindo o sono da morte e precisavam ser despertados para a vida em Cristo Jesus.


A necessidade do reavivamento

O reavivamento é necessário quando há crentes que só têm o nome no rol da igreja, mas ainda estão mortos espiritualmente, ou seja, ainda não são convertidos (Ap 3.1). A igreja de Sardes vivia de aparências. As palavras de Jesus à igreja foram mais bombásticas do que o terremoto que destruiu a cidade no ano 17 d.C. A igreja tinha adquirido um nome. A fama da igreja era notável. A igreja gozava de grande reputação na cidade. Nenhuma falsa doutrina estava prosperando na comunidade. Não se ouve de balaamitas, nem dos nicolaítas, nem mesmo dos falsos ensinos de Jezabel.  William Barclay diz que a igreja de Sardes não era molestada por ataques externos, pois, quando uma igreja perde sua vitalidade espiritual, já não vale a pena atacá-la.
Aos olhos dos observadores, parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja sugeria vida e vigor, mas a igreja estava morta. Era uma espiritualidade apenas de rótulo, de aparência. A maioria de seus membros ainda não eram convertidos. O diabo não precisou perseguir essa igreja de fora para dentro, ela já estava sendo derrotada pelos seus próprios pecados. Adolf Pohl diz que onde reina a morte pelo pecado, não há morte pelo martírio.
A igreja de Sardes parecia mais um cemitério espiritual, do que um jardim cheio de vida. Não nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta. Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Nem ela própria tinha consciência de seu estado espiritual. Todos a reputavam como igreja viva, florescente; todos, com exceção de Cristo.  Parecia estar viva, mas, na verdade, estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse: "Porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus" (Ap 3.2). J. I. Packer diz que há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto.
A reputação da igreja era entre as pessoas, e não diante de Deus. A igreja tinha fama, mas não vida. Tinha pompa, mas não Pentecostes. Tinha exuberância de vida diante dos homens, mas estava morta diante de Deus. Deus não vê como vê o homem. A fama diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. Aquela igreja estava se transformando apenas em um clube.
A fé exercida pela igreja era apenas nominal. O cristianismo da igreja era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, mas não de coração. Tinham fama de vivos; mas, na realidade, estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos.
Em segundo lugar, o reavivamento é necessário quando há crentes que estão no CTI espiritual, em adiantado estado de enfermidade espiritual (Ap 3.2). Na igreja, havia crentes espiritualmente em estado terminal. A maioria dos crentes apenas tinha seus nomes no rol da igreja, mas não no livro da vida. Mas havia também crentes doentes, fracos, em fase terminal. O mundanismo adoece a igreja. O pecado mata a vontade de buscar as coisas de Deus. O pecado mata os sentimentos mais elevados e petrifica o coração. No começo vêm dúvidas, medo, tristeza, depois a consciência fica cauterizada.
Em terceiro lugar, o reavivamento é necessário quando há crentes que, embora estejam em atividade na igreja, levam uma vida sem integridade (Ap 3.2). Aqueles crentes viviam uma vida dupla. Suas obras não eram íntegras. Eles trabalhavam, mas apenas sob as luzes da ribalta. Eles promoviam seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscavam sua própria glória e não a de Cristo. Honravam a Deus com os lábios, mas o coração estava longe do Senhor (Is 29.13). Os cultos eram solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A vida de seus membros estava manchada pelo pecado.
Esses crentes eram como os hipócritas. Davam esmolas, oravam, jejuavam, entregavam o dízimo, com o fim da ganhar a reputação de serem bons religiosos. Eles eram como sepulcros caiados. Ostentavam aparência de piedade, mas negavam seu poder (2Tm 3.5). Isso é formalidade sem poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna, demonstração sem vida.
Esses crentes viviam um simulacro da fé, uma religião do faz de conta. Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Pregavam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura. Deus quer obediência, a verdade no íntimo. Em Sardes, os crentes estavam falsamente satisfeitos e confiantes; eram, de forma falsa, ativos, devotos e fiéis.
Em quarto lugar, o reavivamento é necessário quando há crentes se contaminando abertamente com o mundanismo (Ap 3.4). A causa da morte da igreja de Sardes não era a perseguição, nem a heresia, mas o mundanismo. Como já disse Adolf Pohl, onde reina a morte pelo pecado, não há morte pelo martírio. A maioria dos crentes estava contaminando suas vestiduras. Isso é um símbolo da corrupção. O pecado tinha se infiltrado na igreja. Por baixo da aparência piedosa daquela respeitável congregação havia impureza escondida na vida de seus membros.
Aqueles crentes também viviam uma vida moralmente frouxa. O mundo estava entrando na igreja. A igreja estava se tornando amiga do mundo, amando o mundo e se conformando com ele. O fermento do mundanismo estava se espalhando na massa e contaminando a maioria dos crentes. Os crentes não tinham coragem de ser diferentes. John Stott, citando o historiador grego Heródoto, diz que os habitantes de Sardes, no correr dos anos, tinham adquirido uma reputação respaldada em padrões morais frouxos e até mesmo licenciosidade ostensiva.


Os imperativos para o reavivamento

Jesus aponta três imperativos para o reavivamento da igreja:
Em primeiro lugar, uma volta urgente à Palavra de Deus (Ap 3.3). O que é que eles ouviram e deviam se lembrar, guardar e se voltar para isso? A Palavra de Deus! A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. O reavivamento é resultado dessa lembrança dos tempos do primeiro amor e dessa volta à Palavra. Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, de seu fervor, de seu entusiasmo, de sua devoção a Jesus. Deixemos que a história passada nos desafie no presente a voltemo-nos para a Palavra de Deus. Quando uma igreja experimenta um reavivamento, ela passa a ter fome da Palavra. O primeiro sinal do reavivamento é a volta do povo de Deus à Palavra. Os crentes passam a ter fome de Deus e de sua Palavra. Começam a se dedicar ao estudo das Escrituras. Abandonam o descaso e a negligência com a Palavra. A Palavra torna-se doce como o mel. As antigas veredas se fazem novas e atraentes. A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora.
O verdadeiro avivamento é fundamentado na Palavra, orientado e limitado por ela. Ele tem na Bíblia sua base, sua fonte, sua motivação, seu limite e seus propósitos. Avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. O reavivamento é bíblico ou não vem de Deus.
Em segundo lugar, uma volta à vigilância espiritual (Ap 3.2). Sardes caiu porque não vigiou. A cidade de Sardes era uma acrópole inexpugnável que nunca fora conquistada em ataque direto; mas, duas vezes na história da cidade, ela foi tomada de surpresa por falta de vigilância da parte dos defensores.  Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão que chega à noite, inesperadamente. Para aqueles que pensam que estão salvos, mas ainda não se converteram, aquele dia será dia de trevas e não de luz (Mt 7.21-23). A igreja precisa ser vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado. Os crentes devem fugir de lugares, situações e pessoas que podem ser um laço para seus pés.
Alguns membros da igreja em Sardes estavam sono- lentos, e não mortos. E Jesus os exorta a se levantarem desse sono letárgico (Ef 5.14). Há crentes que estão dormindo espiritualmente. São acomodados, indiferentes às coisas de Deus. Não têm apetite espiritual. Não vibram com as coisas celestiais.
Os crentes fiéis precisam fortalecer os que estão com um pé na cova e socorrer aqueles que estão se contaminando com o mundo. Precisamos vigiar não apenas a nós mesmos, mas os outros também. Uma minoria ativa pode chamar de volta a maioria da morte espiritual. Um remanescente robusto pode fortalecer o que resta e que estava para morrer (Ap 3.4).
Precisamos vigiar e orar. Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo.
A igreja de Sardes não era uma igreja herética e apóstata. Não havia heresias nem falsos mestres na igreja. A igreja não sofria perseguição, não era perturbada por heresias, não era importunada por oposição dos judeus. Ela era ortodoxa, mas estava morta. O remanescente fiel devia estar vigilante para não cair em pecado e também para preservar uma igreja decadente da extinção, restabelecendo sua chama e seu ardor pelo Senhor.
Em terceiro lugar, uma volta à santidade (Ap 3.4). O torpor espiritual em Sardes não tinha atingido a todos. Ainda havia algumas pessoas que permaneciam fiéis a Cristo. Embora a igreja estivesse cheia, havia apenas uns poucos que eram crentes verdadeiros e que não haviam se contaminado com o mundo. A maioria dos crentes estava vivendo com vestes manchadas, e não tendo obras íntegras diante de Deus. As vestes sujas falam de pecado, de impureza, de mundanismo. Obras sem integridade falam de caráter distorcido, de motivações erradas, de ausência de santidade.


O agente do reavivamento

Jesus é o agente do reavivamento. Ele pode trazer reavivamento para igreja por três razões.
Em primeiro lugar, porque Jesus conhece o estado da igreja (Ap 3.1). Jesus conhece as obras da igreja. Ele conhece nossa vida, nosso passado, nossos atos, nossas motivações. Seus olhos são como chama de fogo. Ele vê tudo e a tudo sonda.
Jesus vê que a igreja de Esmirna é pobre, mas, aos olhos de Deus, é rica. Ele vê que, na igreja apóstata de Tiatira, havia um remanescente fiel. Ele vê que a igreja que tem uma grande reputação de ser viva e avivada, como Sardes, está morta. Ele vê que uma igreja que tem pouca força, como Filadélfia, tem diante de si uma porta aberta. Ele vê que uma igreja que se considera rica e abastada, como Laodiceia, não passa de uma igreja po¬bre e miserável. Jesus sabe quem somos, como estamos e do que precisamos.
Em segundo lugar, Jesus pode trazer reavivamento para a igreja, porque ele é o dono da igreja (Ap 3.1). Ele tem as sete estrelas. As estrelas são os anjos das sete igrejas. Elas representam as próprias igrejas. As estrelas estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus. Ele controla a igreja. Tem autoridade e poder para restaurar sua igreja. Disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua igreja. Pode levantar a igreja das cinzas. Tem tudo em suas mãos. Cristo é o dono da igreja. Tem cuidado da igreja. Ele a exorta, a consola, a cura e a restaura.
Em terceiro lugar, Jesus é quem reaviva a igreja por meio de seu Espírito (Ap 3.1). Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja. O problema da igreja de Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida. A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos. "Filho do homem, esses ossos poderão reviver? Respondi: SENHOR Deus, tu sabes" (Ez 37.3).
Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo. Só o Espírito Santo pode dar vida e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que o vale de ossos secos se transforme em um exército. Jesus é aquele que tem o Espírito e o derrama sobre sua igreja. É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo.
Jesus é quem envia o Espírito à igreja para reavivá-la. O Espírito Santo é o Espírito de vida para uma igreja morta. Quando ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se. Quando ele sopra nossa adoração formal, ela passa a ter vida exuberante. Quando ele sopra os crentes, eles têm deleite na oração. Quando ele sopra os crentes, eles são tomados por uma alegria indizível. Quando ele sopra os crentes, estes testemunham de Cristo com poder.
A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito. Uma igreja inerte só pode ser reavivada por ele. Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por ele. Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Cristo. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente.
As bênçãos do reavivamento

A santidade, agora, é garantia de glória no futuro (Ap 3.5). A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, eles tornaram-se impuros pelo pecado. O vencedor receberia vestes brancas, símbolo de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade, não há salvação. Sem santificação, ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no céu. Sem santidade na terra, não há glória no céu.
Quem não se envergonha de Cristo agora, terá seu nome proclamado no céu por Cristo (Ap 3.5). Quando uma pessoa morre, tiramos o atestado de óbito. Tiramos o nome do livro dos vivos. Os nomes dos mortos não constam no registro dos vivos. O salvo jamais será tirado do rol do céu.
Aqueles que estão mortos espiritualmente e negam a Cristo nesta vida não têm seus nomes escritos no livro da vida. Mas aqueles que confessam a Cristo, e não se envergonham de seu nome, terão seus nomes confirmados no livro da vida e seus nomes confessados por Cristo diante do Pai. Os crentes fiéis confessam e são confessados.
Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que nosso nome esteja no livro da vida a fim de que seja proclamado por Cristo no céu (Mt 10.32). 

Fonte: Ouça o que o Espírito diz as igrejas - Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Uma perda irreparável

Robinson Cavalcanti e esposa são mortos a facadas por filho adotivo.

Não consigo encontrar palavras para descrever este sentimento de perda, por todos nós da igreja evangélica brasileira.
Com a morte do Pr. Robinson Cavalcanti, nos sentimo órfãos, pois tratava-se de um grande expositor bíblico e um home de influência de nosso meio.

Que Deus guarde sua família e os conforte.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Recursos da Copa de 2014 beneficia católicos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou parte da verba de R$ 1 bilhão de uma linha de financiamentos destinadas a investimentos voltados para a Copa do Mundo de 2014 ao Santuário Nacional da cidade de Aparecida (SP). O empréstimo, de R$ 32,5 milhões em condições facilitadas será usado para a construção de um hotel popular nos arredores da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, que atrai romeiros de todo país. Houve protestos, já que a linha ProCopa Turismo, do BNDES, destina-se ao fomento de empreendimentos nas cidades-sede do Mundial de Futebol, o que não é o caso de Aparecida. Fonte: Revista Cristianismo Hoje

quinta-feira, novembro 03, 2011

Por que estabelecer um plano de leitura?


Entre as últimas palavras que Paulo escreveu ao seu amigo Timóteo, estão estas: "Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos" (2Tm 4.13). O apóstolo era um homem idoso se defrontando com a morte nas mãos do imperador. Ele estava acorrentado em uma masmorra inóspita na cidade de Roma. Precisava de sua capa para manter o frio longe de seus ossos, mas precisava de seus livros e pergaminhos para manter a ferrugem longe de sua mente. Charles Spurgeon sou uma pista desse texto quanto observou: "Até mesmo um apóstolo precisa ler. Ele é inspirado e, ainda assim, quer livros. Ele viu o Senhor e, ainda assim, quer livros. [...] Ele foi arrebatado ao terceiro céu, e ouviu coisas que são ilícitas ao homem proferir, porém ele quer livros. Ele escreveu uma das principais partes do Novo Testamento e, ainda assim, quer livros". Paulo não tinha mais sermões para preparar ou cartas para escrever, mas precisava continuar lendo. Ainda que a vida o estivesse abandonando, Paulo precisava de seus livros.

Os ministros precisam ler. Espera-se de nós que leiamos não por luxo, mas por necessidade. Não podemos ficar sozinhos nessa caminhada. Nosso estudo da Bíblia é enriquecido pelas percepções de estudiosos que se aprofundaram em partes da Bíblia mais do que poderíamos fazer. Apenas os preguiçosos ou estúpidos gnoram
o uso dos comentários em sua preparação. Mas nós também devemos abrir nossa mente para perspectivas mais amplas por meio da leitura de livros que não são diretamente sermões.

Obreiros no ministério precisam fazer dessa leitura mais ampla uma das suas principais prioridades, por difícil que isso possa ser. Decida ler trinta minutos por dia, cinco dias por semana. Faça isso por cinqüenta semanas e terá lido 125 horas em um ano. Se você ler trinta páginas por hora, terá lido mais de 3.750 páginas por ano. Se você mantiver esse ritmo por dez anos, terá lido mais de 150 livros de 250 páginas. Se esses livros são bem escolhidos, você pode se tornar uma autoridade em qualquer área. Como o famoso provérbio diz: "

A constância surpreende o mundo pelas suas conquistas". Se você tem um livro na mão, nunca está sozinho, e a leitura permite que você tenha educação continuada sem precisar pagar.

Texto de Haddon Robinson

terça-feira, novembro 01, 2011

Introdução à antropologia missionária

Todas as vezes que leio Ronaldo Lidório sou imensamente impactado com o seu amor por Jesus Cristo e pela obra missionária.Já li quase todos os seus livros e posso garantir que é uma leitura agradável e enriquecedora.
Por isso não deixem de conferir o mais novo lançamento da editora Vida Nova: Introdução à Antropologia Missionária.


Leia abaixo a sinopse do livro. 
Esta é uma obra que trata do importantíssimo papel da Antropologia no contexto de missões. Em um mundo globalizado, onde a convivência entre diferentes culturas e subculturas é cada vez mais próxima e comum, a Antropologia tem se mostrado uma ferramenta indispensável para todos os envolvidos na grande tarefa que Jesus colocou em nossas mãos. Por isso, o autor procura mostrar como aplicar o conhecimento antropológico ao contexto de missões e evangelização. Também propõe metodologias que ajudarão o missionário ou evangelista a estudar e conhecer melhor o segmento social com o qual trabalham, seja ele urbano, rural ou tribal, em seu próprio contexto ou em outra cultura.


Para maiores informações clique aqui

quinta-feira, outubro 27, 2011

Dietrich Bonhoeffer, o pastor que se tornou ameaça a Hitler.

Quem foi Dietrich Bonhoeffer.
Nasceu em 4 de fevereiro de 1906, em Breslau na Alemanha. Estudou Teologia em Tübingen e Berlim, onde se doutorou aos 21 anos.Trabalhou em várias igrejas européias de língua alemã (Barcelona, Londres) e concluiu seus estudos nos E.U.A.
Em 1935 Bonhoeffer retornou para a Alemanha, aceitando o convite para ser reitor e professor do Seminário da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica, que não aderiu à política nacional socialista.
Após o seminário ser fechado pela polícia nazista, Bonhoeffer se engajou no movimento de resistência contra Hitler. Após muitas viagens pela Europa, ele foi preso em 5 abril de 1943 e executado em 9 de abril de 1945.
Apesar do pouco tempo de vida, Dietrich Bonhoeffer deixou um legado teológico precioso e uma fé viva e coerente com seus ensinos.



Resistência e sumbmissão
"Alguém pode escrever algumas coisas de forma mais natural e vívida em uma carta do que em livros, e nas cartas eu freqüentemente tenho melhores idéias do que quando estou escrevendo para mim mesmo." Trecho da carta escrita em 8 de julho de 1944 (Berlin-Tegel)
Foi esta carta que tem uma importante avaliação que Bonhoeffer fez a respeito de si mesmo que deu autoridade para, anos mais tarde, E.Bethge publicar uma coletânea de cartas escritas por Bonhoeffer no período da sua prisão. O livro foi publicado pela primeira vez em alemão com o título de Widerstand und Ergebung (Resistência e Submissão) em 1952 e pouco tempo depois em inglês com o título de Letters & Papers from Prison (Cartas e Papéis da Prisão).
O livro contém um artigo que ele escreveu para os colegas conspiradores intitulado "Dez Anos Depois", correspondência com os parentes (pais e sobrinhos) e amigos, dois sermões (casamento de E.Bethge com a sua sobrinha Renate e do batismo do afilhado), dez poemas e algumas orações pelos companheiros de cela. Sem dúvida foi através deste livro que Bonhoeffer ficou mais conhecido em nosso tempo.


Conheça mais!
 A editora Mundo Cristão acaba de lançar a biografia deste grande homem de Deus
Clique aqui e conheça
http://mundocristao.com.br/bonhoeffer/#