quinta-feira, abril 15, 2010

Anunciando ousadamente a Palavra de Deus

Já vimos que a situação espiritual de Israel era decadente, e justamente por este motivo Deus ordena ao profeta Jeremias que pregue um duro sermão os alertando da condenação que era iminente.
Em seu chamamento, Jeremias é claramente informada de que terá de enfrentar oposição. A essência de sua mensagem é o juízo de Deus sobre a Israel apóstata. Em conseqüência, deve esperar a oposição procedente de reis, príncipes, sacerdotes e do laicato. Com esta sombria advertência, lhe chega a certeza do apoio de Deus.
A condição apóstata de Israel é impressionante (Jr 2-6). Os israelitas são culpáveis de terem desertado de Deus, a fonte das águas vivas e o manancial de todas suas bênçãos.
Como substituto, Israel tem buscado e escolhido deus estranhos que Jeremias compara com cisternas rompidas que não podem conter água. O render culto a deuses estranhos é comparável ao adultério nas relações matrimoniais. Como uma esposa infiel abandona a seu esposo, assim Israel tem abandonado a Deus. o exemplo histórico do juízo de Deus sobre Israel no 722 a.C., deveria ser suficiente aviso. Como um leão rugidor em seu covil, Deus levanta as nações para que levem o juízo sobre Judá. Israel tem desprezado a misericórdia divina. O tempo da ira de Deus chegou e o mal que explode sobre Judá é o fruto de suas próprias culpas (6.19).
O auditório de Jeremias se mostra cético a respeito da chegada do juízo divino (Jr 7-10) . Ignora suas valentes afirmações de que o templo será destruído, acreditando complacentemente que Deus tem escolhido seu santuário como seu lugar de permanência e na confiança também de que Deus não permitirá que governantes pagãos destrocem o lugar que esteve saturado com sua glória nos dias de Salomão (2 Cr 5-7). Jeremias indica as ruínas que estão no norte de Jerusalém como evidência de que o tabernáculo não salvou Siló da destruição em tempos passados . E tampouco o templo assegurará a Jerusalém contra o dia do juízo.
A obediência é a clave para uma reta relação com Deus. Por seus males sociais e a idolatria, o povo tem feito do templo um refúgio de ladrões, ainda quando continuem realizando os sacrifícios prescritos. A religião formal e ritual não pode servir como substituto para a obediência a Deus.
Jeremias se sente amargurado pela dor e o sofrimento ao ver a indiferença de seu povo. deseja orar por sua nação, mas Deus proíbe sua intercessão (Jr 7.16). Nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, estão rendendo culto a outros deuses. É demasiado tarde para Judá, desejar interceder em seu nome. Entretanto, o povo encontra sua tranqüilidade no fato de que são os custódios da lei (Jr 8.8), e esperam que isto os salvará da condenação predita. Porém ao profeta é lembrado que o terrível juízo é coisa certa.
Sentindo-se esmagado em sua própria alma, Jeremias comprova que a colheita se passou, o verão terminou e seu povo não será salvo. Queixando-se, demando se é que não existe algum balsamo de Gileade para curar seu povo, e então, chora dia e noite por eles.
Incluso embora o juízo vem sobre a nação, Deus lhe dá a segurança de que o indivíduo que não se glória em seu poder ou em sua sabedoria, senão que conhece e compreende o Senhor na formosa prática da bondade, a justiça e a retidão na terra, é o que está conforme com o aviso de Deus. Deus, como rei das nações, deve ser temido.
  1. Jeremias é chamado a pregar na porta do templo
A chamada do profeta ao povo para que se reúna às portas do templo é mais breve na Septuaginta do que no texto massorético: "Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá".
UM AVISO (Jr 7.3-20). A mensagem começa com uma advertência. Que a nação ponha os olhos no destino de Silo. Põe-te à porta. O profeta deverá proclamar a sua mensagem numa das portas do templo, ficando o povo no átrio exterior separado do interior pelas respectivas portas. Talvez esta mensagem fosse transmitida durante qualquer dos grandes festivais, quando haveria normalmente grande ajuntamento de povo às portas do templo. Os vossos caminhos e as vossas obras ; "caminhos", hábitos profundamente arraigados; "obras", os atos, individualmente considerados que acabam por constituir tais hábitos. Templo do Senhor ; a tríplice repetição destina-se a dar mais ênfase. Compare-se com a frase de Cristo: "Na verdade, na verdade, vos digo". O templo é a casa de Deus e Sua propriedade peculiar . Portanto, o próprio templo constituiria um apelo ao povo para que este fosse santo, como sugeria o seu simbolismo, isto é, um povo separado. Se assim não sucedesse, então Iavé abandonaria o templo e, portanto a nação (realidade esta salientada também por Ezequiel nas suas profecias), sendo o resultado o derrubamento e o exílio. Se, porém, se arrependerem, Deus será com eles. As palavras vos farei habitar neste lugar podem ser traduzidas: "Então habitarei convosco", isto é, no templo. O problema moral é evidente: o templo como covil de ladrões não é digno da Sua presença; como Silo, fica deserto; a arca em si é impotente para salvar Israel. Furtareis vós e matareis; no hebraico, estes verbos encontram-se no infinito, um modo utilizado quando se deseja sublinhar fortemente a ação. Somos livres. O povo imaginava, como se depreende, que, observando os ritos religiosos, seria liberto da abominação a que o profeta tão freqüentemente aludia. Caverna de salteadores, isto é, um local de abrigo nos intervalos entre atos criminosos e de violência. Ver Mt 11.17; Lc 19.46.
Silo; uma localidade na estrada principal de Jerusalém para Siquém. A arca foi ali colocada nos dias de Josué, e a destruição desta localidade em parte alguma vem mencionada no Velho Testamento. O Sl 78.60 diz-nos que Deus a abandonou. Os vers. 16-20 parecem constituir uma interrupção na mensagem pronunciada no templo, a não ser que representem um interlúdio simbolizando o fim calamitoso dos rebeldes impenitentes e profanos. Rainha dos céus, a Istar dos babilônios, ao que parece principalmente adorada pelo elemento feminino. As palavras "bolos" e "rainha" têm um ar estranho em hebraico, destinando-se talvez a indicar a origem estrangeira desse culto.
 
II - A mensagem de Jeremias
Em seu chamado inicial ao arrependimento, ele adverte o povo a não confiar em palavras enganosas como "o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor"(Jr (7.1-4). A mera existência de um local de adoração não assegura a presença abenço-mera de Deus, conforme fica provado no incidente de Baal-Peor e na oração dedicatória de Salomão (Nm25.1-5; 1 Rs 8.27-30). Deus escolhe estar no templo e, por este motivo não está preso ao lugar. Visto que todos os Dez Mandamentos foram quebrados, para Deus o povo vem adorar apenas com o objetivo de sentir-se seguro em seus pecados (Jr 7-8-10). Sua liturgia reforça sua falsa doutrina. O arrependimento é necessário e deve resultar em justiça e misericórdia (Jr 7.5-7). Em caso contrário, Deus removerá esse templo com tanta facilidade como quando removeu Siló, na época de Eli (1 Sm 4.10-11).
O sermão de Jeremias pede aos ouvintes que declarem em quem confiam. No momento confiam em seu engano (Jr 7.9), em ídolos (Jr 7.17-20) e na presença física de um centro de adoração. Assim, se a nação rejeitar o Senhor, o templo será destruído junto com o resto de Jerusalém, e, quando o templo se for, o povo saberá que Deus também se retirou.
 
Conclusão
 
    Deus não nos chamou para uma vida religiosa, mas para termos uma vida de compromisso com Ele. Infelizmente em nosso tempo, não tem sido muito diferente dos dias de Jeremias, o povo aceita o sistema de Deus, mas rejeita o Deus do sistema. Preferem viver uma vida cheia de regras e de fardos pesados para serem carregados, que realmente viver uma vida cristão sadia.
Deus não se importa com sacrifícios, ele quer é obediência. A igreja vive este momento de turbulência, porque muitos não ainda não se convertera, apenas aderiram ao sistema evangélico, enganando-se e enganando aos outros. Pertencer ao rol de membros de uma denominação os salvará. Não basta aderirmos ao cristianismo, é preciso vivê-lo.

 
Bibliografia Consultada:
Teologia do Antigo Testamento – Paul R. House – Editora Vida
A História de Israel no At – Samuel J. Schultz – Editora Vida Nova
O Novo Comentário da Bíblia – F. Davidson – Vida Nova
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards – CPAD

 
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Um comentário:

  1. Querido Eduardo, que Deus o abençõe pelo seu esforço em busca das verdades das Escrituras. É confortador saber que há pessoas que ainda teem um compromisso com Deus e com sua Palavra revelada. Convidu-o a conhecer o nosso espaço www.vosbi.blogspot.com. Um abraço.

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