quarta-feira, fevereiro 04, 2009

A Derrota em Ai

Depois da vitória em Jericó, Josué estabeleceu como objetivo seguinte a cidade de Ai, uma comunidade com aproximadamente 12 mil habitantes. Ai estava localizada próxima a Betel, um lugar de interesse histórico para os israelitas, pois foi ali que Abraão erigiu um altar e que Jacó testemunhou a visão dos anjos subindo e descendo por uma escada que chegava até o céu. Além disso, Ai e Betel eram o portão de entrada das ricas encostas da Palestina Ocidental.

Josué fez um reconhecimento da área, com sua habitual meticulosidade. Seus espias descobriram um caminho estreito através das colinas. Voltaram com o relatório de que a cidade seria uma presa fácil e que, sendo a subida difícil, não seria necessário fatigar o povo, porque era pequeno o número dos inimigos (Js 7.3). Este pareceu um bom conselho, pois seria uma tarefa difícil enviar um grande exército por um desfiladeiro estreito, onde haveria pouco espaço para manobras. Entretanto, o ataque, em vez de bem –sucedido, sofreu um sério revés.


“Os homens de Ai feriram deles uns trinta e seis, e aos outros perseguiram desde a porta até às pedreiras, e os derrotaram na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.” Josué 7.5

Apesar dos 36 homens mortos, o impacto maior foi a descoberta de que aparentemente, a ajuda de Yahweh tinha sido retirada deles.
Josué entendeu que essa derrota, sem dúvida, renovaria as esperanças dos cananeus. Assim, convocou os israelitas para um jejum e um tempo de quebrantamento diante do Senhor.

A linguagem usada por Josué em sua oração parece refletir uma atitude de protesto e descontentamento para com Deus. O líder de Israel estava profundamente perturbado e não podia entender como o Senhor, depois de tê-los levado milagrosamente através do Jordão e concedido-lhes ma tremenda vitória sobre Jericó, poderia permitir que fossem expostos aos insultos e zombarias dos inimigos.

Mas logo, Josué soube a causa da derrota: Israel tinha desprezado a advertência de não tocar nos despojos de Jericó. A prata e o ouro da cidade deveriam ser totalmente consagrados ao tesouro do Senhor (Js 6.19). Contudo, alguém desobedecera à ordem, comprometendo toda a comunidade.

O pecado de um membro da congregação seria atribuído a toda nação, a menos que o povo repudiasse o pecado e fizesse a expiação. Por isso, Deus disse a Josué que se levantasse e fosse ter com o ofensor

O Senhor esclareceu que a razão para a derrota de Israel era o pecado no acampamento. Israel tomou para si coisas proibidas. Em outras palavras, Israel tinha roubado o que pertencia a Deus.

Assim, pela manhã, Josué classificou o povo por tribo, por família, até descobrir que o culpado era um homem chamado Acã, da tribo de Judá. Josué o esconjurou a fazer uma confissão completa, o que ele acabou fazendo.



“Respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente, pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.”
Josué 7.20,21


Depois da confissão, os israelitas levaram Acã diante de toda congregação, ao Vale de Açor. Não somente os itens roubados foram tomados, mas todas as posses de Acã. Então, os israelitas o apedrejaram e colocaram uma pilha de pedras sobre seu cadáver.

O pecado de Acã foi expiado com um castigo severo, que serviu como advertência para o povo de Deus em todas as épocas, inclusive as futuras, orientando-o para tomar cuidado e não roubar ao Senhor.


Fonte: Josué o Conquistador de Canaã - Gordon Linsay

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